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Stravinski nasceu em S. Petersburgo e morreu em Nova Iorque. Estudou direito e piano, antes de se dedicar por inteiro à composição. Estudou com Rimski‐Korsakoff até à morte deste. Viveu na Rússia, em França, na Suíça, e a partir da Segunda Guerra nos Estados Unidos da América, em Hollywood. Muito cedo apoiado por Diaghilev dos Bailados Russos, nascem daqui as marcas da modernidade. Cruzou‐se com os grandes do tempo (conheceu, em criança, Tchaikovski).
Revolucionário, conservador, reaccionário, revisionista, formalista, tudo isto ele foi, tudo isto ele recusou ser. Da tradição das escolas nacionais do séc. XIX, da fase debussista aos movimentos neoclássicos (a escola de Viena entrará na sua obra nos últimos anos de vida pelos sons de Webern, a que chamou “diamantes”). Parafraseando Debussy, poderia ter dito de si “Stravinski, musicien russe”, tão fiel às suas origens como cidadão e como crente, não obstante as suas histórias europeia e americana e as suas obras tão geniais como desconcertantes do ponto de vista ideológico, como do ponto de vista estético. O retorno aos clássicos, mestre nas distorções do vocabulário e princípios do sistema tonal, foi seu lema até ao fim. Autor de óperas, bailados, oratórias, concertos, sinfonias, nelas se revela (e resvala) um perigoso copiador insaciável, reprodutor e artesão “genial” que subverteu, sem tabus, toda a música do passado, após o fantástico, profético e “revolucionário” “período russo”.