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  • Teórico, musicólogo, pedagogo, conferencista, crítico, compositor, Luís de Freitas Branco deixou um legado de grande riqueza e eclectismo e é referenciado muitas vezes como “o introdutor do modernismo em Portugal”, responsável pela aproximação da música portuguesa à composição europeia sua contemporânea. Estudou inicialmente com Augusto Machado, Tomás Borba, Luigi Mancinelli e com o organista belga Desiré Pâque até que, em 1910, viajou para Berlim para ter aulas com Humperdinck, seguindo em 1911 para Paris onde contactou com Debussy e se familiarizou com o Impressionismo musical, estudando com Gabriel Grovlez. Esteve ligado até meados da década de 1910 ao Integralismo Lusitano, mas, desiludido com o “nacionalismo romanticamente provinciano”, segundo as suas palavras, passa a nutrir simpatia pelas correntes socialistas da Seara Nova, privando com figuras como Bento de Jesus Caraça ou António Sérgio. As repercussões das suas opções ideológicas acabariam por se fazer sentir, mais tarde, com o advento do Estado Novo: seria suspenso do Conservatório, em 1939, já sob a direcção de Ivo Cruz e posteriormente das suas funções na Emissora Nacional. Da produção musical de Freitas Branco fazem parte obras nos domínios da música religiosa; música de câmara; concertística; sinfónica, que, a partir da década de 20, assumem uma vertente mais neoclássica, mais preocupada com a clareza formal e objectividade (ainda que com as marcas do modernismo), exemplificadas pelas suas quatro sinfonias; colaborações cinematográficas de forte inspiração wagneriana que incluem as bandas sonoras de Douro, Faina Fluvial de Manuel de Oliveira (1934), Gado Bravo (1934) e Frei Luís de Sousa (1950) de António Lopes Ribeiro. Entre 1906 e 1908, compôs três poemas sinfónicos inspirados em autores portugueses: Antero de Quental, Depois duma leitura de Júlio Diniz (cuja partitura se encontra desaparecida) e Depois duma leitura de Guerra Junqueiro, obras onde é notória a relação íntima entre a música e a literatura. Mas o interesse do compositor pelo poeta e filósofo revolucionário oitocentista Antero de Quental revelar-se-ia ainda em obras como o poema sinfónico Solemnia Verba (1951), Hino à Razão (1932) ou Três Melodias sobre poemas de Antero (1934-1941). Composto em 1908, Antero de Quental seria revisto nos anos seguintes e apenas estreado a 11 de Abril de 1915, sob a batuta de David de Sousa, no Politeama, nos “Concertos Sinfónicos de Lisboa”. Obra programática de inspiração literária, o poema sinfónico Antero de Quental é uma peça notável e que, apesar de ser uma composição de juventude, revela um conhecimento técnico na linha pós-wagneriana de grande sofisticação.

     


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