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Gaetano Donizetti alcançou a imortalidade no âmbito da ópera, deixando partituras tão célebres quanto O elixir de amor (1832), Lucia di Lammermoor (1835), A favorita (1840) ou Don Pasquale (1843). O seu nome no domínio do bel canto tem um estatuto comparável a Rossini ou Bellini, contando com um total de 75 óperas e perto de 200 canções. Muito menos conhecidas são as suas obras instrumentais, mas Donizetti foi autor de 16 sinfonias, vários concertos e muita música de câmara, onde consta um corpo de 18 quartetos de cordas cuja execução integral ultrapassa as quatro horas. Alguns desses quartetos foram escritos como peças de estudo, exercícios de composição, e não se destinavam a apresentação pública. Mas a maior parte eram destinados ao salão do Sr. Bertoli, de Bérgamo, em cujo quarteto de cordas tocava o seu antigo professor de música, o compositor alemão Simon Mayr. Os primeiros dezasseis foram escritos nesse contexto entre os anos de 1817 e 1821. Uma das razões para estes quartetos não terem ficado no repertório comum das salas de concerto prende-se com o facto de serem associados ao estilo Gebrauchsmusik, música funcional destinada a um acontecimento específico e associada a diversão de carácter mais ligeiro.