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Contos dos Bosques de Viena é uma grande valsa em forma de poema sinfónico, escrita por Strauss II numa altura em que o seu domínio do género era tal que se entregava à experimentação em seu torno. Ainda assim, os temas melódicos em que se baseia a obra mantêm tamanha força comunicativa que esta se tornou virtualmente a mais célebre entre as valsas do compositor, secundando apenas No Belo Danúbio Azul. Incluída no programa do primeiro Concerto de Ano Novo de Viena, em 1939 (que curiosamente não incluía o Danúbio Azul), inicia-se com uma introdução serena que parece conduzir a um ambiente pastoral mais de acordo com o género antepassado da valsa, o Ländler, remetendo para os arredores rurais de Viena e as suas florestas – pelo menos assim defendia o autor das notas de programa para esse concerto histórico de 39, Constantin Schneider. Seguindo o mote de um tema na cítara – instrumento usualmente substituído pela harpa, como acontece neste concerto, ou pelo quarteto de cordas –, os temas que são apresentados mantêm o vigor contagiante da valsa vienense, destacando-se entre eles um dos mais famosos de Strauss, que inicia a secção interpretada pelo tutti da orquestra e regressa quase no final.
Fernando Lima, 2015
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