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1. Introdução – Dança do Pássaro de Fogo – Variação do Pássaro de Fogo
2. Dança de roda das Princesas
3. Dança infernal do rei Kastchei –
4. Berceuse –
5. Finale
O enredo do Pássaro de Fogo baseia-se em dois contos populares russos, o do “Bom Pássaro de Fogo” e o do “Imortal Feiticeiro Kastchei”. O Pássaro de fogo vive nos jardins do feiticeiro Kastchei. O príncipe Ivan captura este pássaro numa jornada de caça. O Pássaro implora-lhe que o liberte e o príncipe acede, deixando-o partir. Como agradecimento o Príncipe recebe uma pena do Pássaro de fogo, uma pena que possui forças mágicas. No jardim do feiticeiro Kastchei vivem aprisionadas 13 princesas virgens, entre as quais uma que o príncipe Ivan ama perdidamente. Assim que Ivan toca na porta de entrada do jardim ouve-se um sino e Kastchei aparece acompanhado dos seus demónios para matar o príncipe. Só que a pena mágica que este leva consigo protege-o. Aparece então o Pássaro de fogo que, com uma música de encantar, obriga os demónios a dançar. De seguida o Pássaro entoa uma canção de embalar que adormece Kastchei e os seus súbditos. Conduzindo o príncipe a uma gruta, mostra-lhe um ovo, dentro do qual vive a alma de Kastchei. Ivan destrói este ovo, o feiticeiro morre, o seu reino demoníaco desaparece e as 13 princesas recuperam a liberdade.
Para a composição musical deste bailado Diaguilev pensou originariamente em Anatoli Liadow, que porém não se decidia claramente a aceitar a encomenda. Diaguilev apostou então num jovem e praticamente desconhecido compositor de 27 anos de idade: Igor Stravinski. Este aproveitou a ocasião da melhor maneira, tornando-se famoso dum dia para o outro e revelando não só uma maestria musical insuperável, como também um instinto teatral fulminante – O Pássaro de Fogo permanece hoje ainda a sua obra de maior sucesso e difusão. Sobre um libreto e cenário de Michel Fokine, com Nitchinski no papel de Pássaro de Fogo, Stravinski compôs uma partitura de inigualável brilho e colorido orquestrais, de sentido dramático envolvente e de elevado grau de virtuosismo instrumental, alargando as fronteiras da orquestra sinfónica a horizontes nunca dantes navegados. Do ponto de vista compositivo, serviu-se dum simples artifício usado pelo seu professor Rinski-Korsakoff na ópera O Galo de Ouro (1907): às personagens humanas associam-se caracteres musicais diatónicos; aos seres fantásticos caracteres cromáticos. Ao mundo ‘diatónico’ pertencem melodias populares russas, como a do Cortejo das Princesas, ou o hino conclusivo do Finale. O universo encantado de Kastchei apresenta-se sobretudo em inúmeras variações do intervalo ‘diabólico’ de trítono, seja na furiosa Dança infernal, como na misteriosa Introdução. Do bailado O Pássaro de Fogo, Stravinski extrairia outras duas Suites para orquestra (1911 e 1945), o que manifesta a riqueza exuberante da partitura original, uma das obras fundamentais da música europeia do início do século XX.
Paulo de Assis
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