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  • 1. Allegretto molto espressivo

    2. Scherzo e trio

    3. Adagio molto

    4. Allegretto grazioso 

     

    O ano de 2018 celebra duas datas emblemáticas relacionadas com o pianista e compositor José Vianna da Motta (1868-1948): os 150 anos do nascimento, completados no passado dia 22 de Abril, e os 70 do falecimento, que se assinalam no próximo dia 1 de Junho.O Quarteto em Mi bemol maior é o primeiro dos dois quartetos de cordas que integram a (parca) produção musical do compositor português na categoria de música de câmara. Composto por quatro andamentos – Allegretto molto espressivo, Scherzo e trio, Adagio molto e Allegretto grazioso –, o Quarteto em Mi bemol maior é uma obra de juventude, como acontece, aliás, com toda a obra de câmara do compositor. Foi escrito em Berlim, entre Dezembro de 1887 e Julho de 1888, ou seja, quando Vianna da Motta tinha entre 19 e 20 anos de idade.

    Não é conhecida a data e o local de estreia do quarteto. Foi encontrada, apenas, uma menção feita pelo compositor no Diário n.º 8 – 13 de Nov. de 1888 – 7 de Set. de 1889 (os Diários que Vianna da Motta escreveu entre 1883 e 1893 foram publicados em 2015 numa edição conjunta da BNP e do CESEM) a uma audição privada dos primeiros três andamentos, em casa da família Ernst, a 21 de Novembro de 1888, pelo violinista alemão Wilhelm Hellmich e pelos músicos amadores Ernst Júnior, Richard Stubenrauch e Philippsen. No texto, Vianna da Motta congratula-se com o resultado final da obra, apesar de a interpretação não ter correspondido às suas expectativas. O Adagio molto foi o que mais lhe agradou, embora os músicos não tenham respeitado a indicação de andamento o que prejudicou a interpretação de “certas passagens, que eu tinha concebido com uma interpretação apaixonada e calorosa”.

    Apesar de ser uma obra de juventude, o Quarteto em Mi bemol maior revela uma complexidade e uma maturidade invulgares para um músico ainda em formação. Na época, Vianna da Motta estudava piano e composição com Carl Schaeffer, membro da Sociedade Wagneriana. A 19 de Dezembro de 1887, regista no Diário n.º 6 – 16 de Abr. 1887 – 29. Jan. 1888 que a obra “agrada muito ao Schaeffer”. É notória a influência do professor de composição, desde logo no ambiente wagneriano do primeiro andamento expresso através da ambiguidade harmónica e das complexas combinações contrapontísticas. O dramatismo lisztiano do Scherzo contrasta com a sobriedade do Trio. O já citado 3º andamento, Adagio molto, é um hino ao lirismo e à veia melódica do compositor. É o que Teresa Cascudo apelida de “imagem de marca de Vianna da Motta”. O Quarteto termina com um Allegretto grazioso que começa por parecer um rondó. Contudo, a apresentação constante e sucessiva de secções novas e diferentes das anteriores transporta-nos para uma forma musical mais parecida com a rapsódia. Volta a impressionar a riqueza bem como a variedade harmónica e temática exibidas por Vianna da Motta no derradeiro andamento.

     


    Ana Maria Liberal, 2018 

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