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Descendente de uma família da nobreza italiana, Giacinto Scelsi revelou talento de menino prodígio ao piano e veio a estudar composição em Roma, na Suíça e em Viena de Áustria, já na década de trinta, altura em que tomou contacto com a música de Scriabin e Schönberg. Muito viajado, conhecedor das culturas africanas e orientais, passou longas temporadas em França, país onde foi editada a maior parte da sua música pela editora Salabert. A sua música é, sobretudo, o reflexo de um interesse profundo pelos fenómenos de vibração do som. As noções tradicionais de frase, melodia, harmonia, ritmo e, consequentemente, forma, não entram em jogo. É óbvio que todas estas qualidades da música existem nas obras de Scelsi, mas surgem como o resultado de um processo. A procura de sons agregados, por vezes com dinâmicas muito distintas e combinações de diferentes sordinas nos instrumentos, a consciência da própria respiração dos músicos no discurso musical, são factores decisivos na música de Scelsi.