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Samuel Barber é um dos mais singulares compositores americanos do séc. XX. No entanto, e pese embora a enorme popularidade que lhe granjeou a sua obra mais conhecida, o célebre Adagio para Cordas, a sua obra foi vista com alguma desconfiança por um meio musical demasiado marcado por diversos preconceitos relativamente a modernidades e vanguardas. Pelo contrário, para o grande público, por natureza mais ligado aos repertórios do passado, o Adagio para Cordas permanece como exemplo de uma música intensa, de comunicação imediata, capaz de dizer o que é, sem necessidade de intermediários. O imediatismo destas duas posições foi fazendo com que ficassem para segundo plano diversas outras facetas de uma personalidade artística peculiar.
Samuel Barber sempre foi, por opção própria, um compositor relativamente marginal em relação às correntes estéticas do seu tempo, sobretudo no que respeita à militância afirmativa e dogmática das vanguardas de então. Sempre afirmou que não compunha para o público ou para os intérpretes, nem mesmo para o clube mais restrito da modernidade; muito menos para a história. Pelo contrário, dizia que compunha para si próprio, seguindo o seu impulso, a sua forma de trabalhar, o contexto particular de cada obra.