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Antonín Leopold Dvořák foi um compositor checo do Romantismo musical tardio, defensor de temas de origem popular da Morávia e da sua nativa Boémia. De todos os nacionalistas do século XIX, foi o que melhor soube fundir os elementos da música popular numa linguagem clássica.
Tendo abandonado a escola aos 11 anos, Dvořák estava destinado ao ofício do pai, estalajadeiro e talhante numa aldeia dos arredores de Praga. Revelou‑se um violinista dotado e os seus talentos musicais foram reconhecidos. Depois de se formar na escola de órgão de Praga, enquanto trabalhava numa orquestra no Teatro Nacional da Boémia, absorveu a influência de Smetana. Uma vez que tinha muito interesse pelo rico potencial da música folclórica eslava, essa influência foi determinante nas obras mais formais: música de câmara e sinfonias. O seu talento lírico inato teve outra grande inspiração: Johannes Brahms. Em 1875 recebeu o prémio de composição atribuído por uma comissão do Ministério da Educação da qual esse grande compositor fazia parte.
Entre as suas obras mais divulgadas contam‑se a Sinfonia nº 7 op. 70, a nº 9, “Do Novo Mundo”, o Stabat Mater op. 58, ou o Concerto para violoncelo op. 104. Dvořák estava ligado à expressão e forma populares, numa sucessão de obras que utilizavam modelos populares eslavos transcritos pela sua própria mão, incluindo as Danças Eslavas op. 46 e outras. O engenho formal, já referido, das suas peças multifacetadas parece ser sempre o mesmo no repertório de cariz mais erudito.
Dvořák atingiu a maturidade criativa na produção de obras‑primas, como as suas últimas três sinfonias e o Scherzo Capriccioso.