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A compositora finlandesa Kaija Saariaho estudou Artes Visuais na Universidade de Arte Industrial de Helsínquia (hoje designada Universidade de Arte e Design). A partir de 1976, estudou composição com Paavo Heinnen na Academia Sibelius onde se diplomou em 1980. Entre 1981 e 1983 estudou com Klaus Huber e Brian Ferneyhough na Freiburg im Breisgau Musikhochschule, tendo‐se interessado pela música assistida por computador no IRCAM em 1982. Vive em Paris desde então.
O seu trabalho seguiu a tradição da escola espectral, centrada desde os anos oitenta na exploração do princípio do “eixo tímbrico”, segundo a qual “uma textura granulosa e ruidosa pode ser ligada à dissonância, ao passo que uma textura suave e límpida pode corresponder à consonância.”
A sua actividade cedo foi reconhecida e legitimada, nomeadamente pela atribuição de prémios às suas obras mais importantes como o Kranichsteiner Musikpreis por Lichtbogen (1986) ou o Prix Ars Electronica et Italia por Stilleben (1988). Os anos oitenta marcaram a afirmação do seu estilo, fundado em transformações progressivas de material acústico, culminando com o díptico para orquestra Du Cristal... à la fumée. A composição de L’Amour de loin, uma ópera com libreto de Amin Maalouf e encenação de Peter Sellars, assinalou o estabelecimento de um novo patamar onde os princípios que emergiram do espectralismo foram unidos a um novo lirismo.
Depois disso, Kaija Saariaho compôs numerosas peças orquestrais para grupos de prestígio como o Kronos Quartet ou o Ensemble intercontemporain, uma segunda ópera, Adriana Mater, e uma Paixão sobre a vida de Simone Weil, La passion de Simone, duas obras que foram novamente realizadas com Maalouf e Sellars.
O seu trabalho como compositora foi sempre desenvolvido em conjunto com outros artistas, entre os quais o maestro Esa‐Pekka Salonen, o violoncelista Anssi Karttunen, a flautista Camilla Haitenga, o pianista Emmanuel Ax e as sopranos Dawn Upshaw, Karita Mattila e Barbara Hannigan.
2013