-
Dono de uma “desenvoltura cénica e vocal” e de uma “voz maleável e bem posicionada”, Tiago Matos afirma-se como um “sólido barítono”, diz a crítica. Chegou à Ópera Nacional de Paris em 2012, pelo Atelier Lyrique, onde protagonizou Don Giovanni de Mozart. A estreia no elenco principal aconteceu dois anos depois com Fiorello, em Il Barbiere di Siviglia de Rossini. Seguiram-se Un Chevalier (Le Roi Arthus de Chausson) e Il Marchese d’Obigny (La Traviata). Também em Verdi, foi Un Députée Flamand (Don Carlos), além de Il Conte di Ceprano em Rigoletto. A interpretação mais recente com a Académieda Ópera Nacional de Paris — Frank em Die Fiedermaus (J. Strauss) — valeu-lhe os maiores elogios. Entre outras interpretações, destaque para Le Dancaïre e Moralès (Carmen de Bizet), Mercutio (Roméo et Juliette de Gounod), L’Horloge Comtoise e Le Chat (L’Enfant et les Sortilèges de Ravel) e, novamente, o papel principal em Don Giovanni no Teatro Estatal de Praga. Actuou em concerto com a Orquestra Gulbenkian — “Composing for Voices with Luís Tinoco” — e foi solista em obras como Lieder eines fahrenden Gesellen (Mahler), 9.ª Sinfonia (Beethoven) e Requiem (Fauré e Mozart).
Tiago Matos foi vencedor do VI Concurso de Canto da Fundação Rotária Portuguesa. Licenciado em Música pela Universidade de Aveiro, alguns dos seus principais professores foram Isabel Alcobia e António Chagas Rosa, além de Sherrill Milnes e Maria Zouves (com quem se cruzou na VOICExperience Foundation, nos Estados Unidos). Actualmente aperfeiçoa-se com Michelle Wegwart.
Juntamente com Paulo Lapa, fundou a Plateia Protagonista, uma associação cultural e educacional centrada na promoção da ópera e da música clássica que, entre outros projectos, criou o “Ópera Connosco Marvila!”, destinado a jovens de bairros desfavorecidos de Lisboa. Este projecto foi então agraciado com o Alto Patrocínio da Presidência da República.
Muito recentemente, Tiago Matos foi Guglielmo na ópera Così fan tutte de Mozart, no Coliseu do Porto, e sargento Belcore em L’elisir d’amore de Donizetti. Participou ainda na estreia mundial de Mátria (Fernando Lapa e Eduarda Freitas), sendo Ti Raul e Padre Gusmão, e foi solista num concerto em torno de Bach e Händel, com a Orquestra Barroca Casa da Música dirigida por Laurence Cummings. Estará presente em mais uma edição de “Composing for Voices with Kaija Saariaho”, com a Orquestra Gulbenkian e a comunidade ENOA, e regressará ao Coliseu do Porto, com a Orquestra Filarmonia das Beiras dirigida por Rita Castro Blanco, para apresentar El Retablo del Maese Pedro (Falla), onde veste a pele de Don Quichotte.
2022