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  • 1. Allegro con fermezza

    2. Andante sostenuto

    3. Allegro vivace

     

    Nascido na Arménia, Aram Khatchaturian é um compositor formado na antiga URSS, devido à anexação do seu país natal pela União das Repúblicas Socialistas Soviéticas em 1922. A sua educação musical formal começou quando, aos 18 anos, se mudou para Moscovo com o propósito de estudar biologia e decidiu ter lições de violoncelo no prestigiado Instituto Gnesin. Acaba por decidir abandonar a universidade para se matricular no Conservatório de Música de Moscovo, onde se forma em Composição.

    A Primeira Sinfonia, composta em 1934 para a conclusão do curso do conservatório, o Concerto para piano, escrito dois anos depois, e o Concerto para violino que vai ser interpretado esta noite catapultaram-no para um sucesso tão grande quanto imediato na URSS. Khatchaturian depressa se tornou um dos compositores favoritos do regime soviético. Escreveu música para diversos filmes e ballets, “aprovada” pelas altas instâncias políticas.

    Dedicado a David Oistrakh, o Concerto para violino e orquestra em Ré maior foi composto em apenas dois meses, durante o Verão de 1940, e estreado pelo seu dedicatário a 16 de Novembro desse mesmo ano, em Moscovo. Nove anos mais tarde, a obra seria distinguida com o Prémio Estaline, a mais alta condecoração artística da URSS.

    “Escrevi esta obra envolto numa onda de felicidade; todo o meu ser estava num estado de alegria plena porque estava à espera do nascimento do meu filho. E este sentimento, este amor pela vida, foi transmitido à música que estava a compor”, conta Khatchaturian. Essa felicidade transparece efectivamente durante toda a obra. Assim como transparece, também, o exotismo e o carácter da música popular arménia que o compositor tão bem soube absorver e integrar na obra concertante.

    O primeiro andamento, Allegro con fermezza, é uma forma sonata com dois temas contrastantes: o primeiro, de forte pendor rítmico e carácter firme e decidido; o segundo, muito mais lírico a desprender um travo exótico. Surpreende a entrada impetuosa da orquestra. Surpreende, também, o aparecimento da cadência (escrita por Oistrakh e de extrema dificuldade técnica) logo após a reexposição e não imediatamente antes do final, como é hábito nas obras concertantes.

    No Andante sostenuto, Khatchaturian escreve uma longa introdução para orquestra protagonizada pelos instrumentos de registo grave (atente-se no recitativo inicial do fagote). Surge, depois, o violino solista com uma belíssima melodia que confere ao andamento central do concerto uma ambiência triste e sombria.

    O terceiro andamento, Allegro vivace, é uma explosão de alegria e júbilo. O tema principal do solista é uma derivação do tema rítmico do primeiro andamento. Mas, mais uma vez, Khatchaturian dá a primazia à orquestra. E a introdução que ele escreve para a orquestra é um hino à arte de orquestrar, é uma lição sobre como combinar diferentes timbres e sonoridades. Neste último andamento volta a sobressair a forte influência da música popular da Arménia na obra do compositor.

    A exuberância e o fulgor deste Concerto fazem com que seja uma obra obrigatória no repertório para violino.

     


    Ana Maria Liberal, 2018 

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